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    Quim Zé Correia: Meio século depois do dia da tragédia


    Decorrem hoje 50 anos da morte prematura do cavaleiro Joaquim José Correia.

    Dezasseis de Outubro de 1966 o jovem cavaleiro "Quim Zé Correia", que completava precisamente nesse dia 21 anos de idade, foi mortalmente colhido na arena da Praça de Toiros do Campo Pequeno. 

    (Quim Zé Correia foi o 2º cavaleiro a morrer na arena do Campo Pequeno
    depois de Fernando de Oliveira em 1904 Fotografia: DR)
    Actuava graciosamente na praça lisboeta no tradicional festival de final de temporada em benefício do Orfanato-Escola Santa Isabel.

    Quim Zé foi aparatosamente colhido pelo toiro "Carvoeiro", da ganadaria Rio Frio depois de o seu cavalo "Tirol" ter escorregado logo no início da lide . 

    Ficou inconsciente na arena e foi de imediato transportado ao Hospital de Santa Maria, onde deu entrada já em estado de morte cerebral. 

    (Imagem do momento do ferro que resultaria fatídico naquela tarde de 16-10-1966 no Campo Pequeno - Cortesia: GTS1/Artur Martins)
    Quim Zé Correia era um dos cavaleiros mais promissores da sua geração e sobre o qual estavam depositadas muitas expectativas. 

    Recentemente, a 13 de Outubro, entendeu a Administração do Campo Pequeno, honrar a triste efeméride com uma homenagem ao cavaleiro.

    (Homenagem no Museu do Campo Pequeno a Quim Zé Correia - Cortesia: Campo Pequeno/Frederico Henriques)

    Hoje, recuperamos também um texto de autoria do Prof. Sebastião Valente, publicado no NATURALES em Outubro de 2010:

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    Joaquim José Correia - A Tragédia Na Flor da Vida (por Prof. Sebastião Valente)
    Neste dia, em que mais uma vez os toureiros se reúnem em mais uma jornada filantrópica, neste caso a favor de duas meritórias instituições da nossa cidade nomeadamente a Cercibeja e o Centro de Paralisia Cerebral seria bom que aqueles que se manifestam contra a Festa de Touros e, até mesmo os que lhe são indiferentes, meditassem um pouco sobre as atitudes destes homens que arriscam a sua própria vida, sem esperar qualquer recompensa que não seja o bem estar das suas consciências e a satisfação interior de poder contribuir para a melhoria da qualidade de vida daqueles que, por capricho do destino, precisam do auxilio de todos nós.

    Precisamente neste dia 16 de Outubro cumprem-se 44 anos que um jovem cavaleiro de nome Joaquim José Correia ( Quim Zé como também era conhecido ) perdeu a vida na Praça de Touros do Campo Pequeno, justamente no dia em completava 21 anos de idade. Recordo ainda a emoção que se apoderou de muitos de nós quando nessa mesma tarde ouvimos pela televisão o dramático apelo a um conhecido e competente cirurgião da altura para que comparecesse com urgência no hospital no sentido de assistir aquele jovem que desesperadamente lutava entre a vida e a morte. Mas infelizmente tudo em vão. A cornada que o “ Carvoeiro “ da Ganadaria de Rio Frio, aproveitando uma escorregadela do “Tirol “, infringira ao jovem Ginete havia sido irremediavelmente fatal.

    Quim Zé actuava graciosamente, nessa fatídica tarde, num Festival a favor do Orfanato Escola Santa Isabel ao lado de José Samuel Lupi e dos matadores António Borrero ( Chamaco ), Paco Camino e Paco Pallarés sendo os Forcados os Amadores do Montijo comandados por Rafael Figueiredo. Manifestara aos amigos e familiares que ia com firme propósito de triunfar. O destino porém trocou-lhe as voltas.

    Joaquim José Correia, que nasceu em Évora a 16 de Outubro de 1945 e cedo evidenciara rara intuição para Arte de Marialva, recebeu os primeiros ensinamentos de Mestre Simão da Veiga Jr.e António Anão tendo actuado em várias garraiadas estudantis e como amador em várias praças do Alentejo onde montando o Guerrita de imediato ganhou notoriedade, fazendo a sua apresentação no Campo Pequeno onde Manuel dos Santos de imediato reconheceu as suas qualidades.

    Chega à Alternativa montando o Fakir, sua montada de confiança, na tarde de Domingo de Páscoa 18 de Abril de 1965, tradicional data de abertura oficial da temporada na Monumental de Lisboa e tendo como padrinho D. José de Atayde e como testemunhas os matadores de toiros Armando Soares e Manuel Alvarez “ El Bala “ pertencendo os toiros à ganadaria alentejana de D. Diogo Passanha.

    Joaquim José Correia que aliava ao estilo clássico a irreverência própria da sua Juventude não era, na altura do seu prematuro desaparecimento, uma promessa, mas sim uma já confirmada figura do panorama taurino Nacional.

    Sebastião Valente 
    19 de Outubro de 2010