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    Beja: O 10 de Agosto, novos valores e uma Homenagem (c/ fotos)


    A centenária praça de toiros José Varela Crujo reergueu uma data, a mais importante na sua história, a mais tradicional na pax-julia.


    Rafael Vilhais, e comvém voltar a frisá-lo, ousou pensar uma Feira Taurina em Beja, outorgando-lhe o nome da corrida que outrora era a mais apetecível no calendário taurino do baixo alentejo: São Lourenço.

    A Feira Taurina de São Lourenço viu o seu evento principal, realizado na passada sexta-feira, como uma autêntica pedrada no charco, uma lufada de ar fresco numa agonizante falta do mesmo. 
    A janela manteve-se aberta, e o ar, fresco e jovem, voltou a entrar. 

    Da moldura humana vislumbrada há que equacionar vários factores: o menor atractivo que espectáculos desta magnitude constituem para o público; a realização a meio da semana, sem que feriados se verificassem na cidade; e a hora a que o mesmo fora realizado. Posto isto, preencheu-se uma muito boa (e como bejense sabendo o que a casa gasta, atrevo-me a dizer surpreendente) lotação, com perto de 1/3 dos lugares preenchidos.

    No que diz respeito ao espectáculo, propriamente dito, a sapiência e a maturidade, trará o tempo, tal como a segurança e o traquejo.

    No que diz respeito à parte equestre, Parreirita Cigano (que substituiu Francisco Parreira), denotou desenvoltura mas pouca estabilidade, incipiente e com falta de segurança. O toureio que pratica é de maior impacto, mas necessita estar mais toureado; Francisco Correia Lopes procurou transmitir bom conceito, sem que contudo fosse feliz. Também a carecer de rodagem, e quiçá de recursos, viu o labor condicionado pela falta de acople e pela seleção, por vezes incorreta, dos terrenos. Dois jovens que cuajados num futuro próximo, poderão reunir agrado diante do grande jurado.

    No que diz respeito às lides a pé, o destaque convém ser atribuído a João D' Alva, da Escola de Toureio José Falcão, de Vila Franca de Xira. Tem planta e empaque, procura o acerto na execução das sortes e sobretudo, tem postura e toreria dentro de praça, e aproveitou as (poucas) virtudes do novilho de Falé Filipe, rebrincado e por vezes descomposto, mas repetidor e codicioso; Sérgio Nunes, da Academia de Toureio do Campo Pequeno, mais maduro e 'trabalhado', não teve matéria para se luzir; Luís Silva, da Escola de Tauromaquia da Moita, apontou com classe no capote, e na muleta logrou uma série agradável pela esquerda, perante um eral da ganadaria Sobral que augurou bom presságio no início mas acusou falta de força no final, sendo voluntarioso mas diminuído. 

    As pegas, que foram apenas duas, foram consumadas por Miguel Gil (Amadores de São Manços), que mostrou vontade e decisão na cara do novilho, com alguns erros (naturais nesta fase da juventude) denotados pelos ajudas; e por Bento Quadros e Costa, que se vem afirmando como um elemento destacado nos quadros dos Amadores de Beja, estando bem e com valor diante do seu oponente.

    Lidaram-se reses de Charrua, Santiago, Canas Vigouroux, Sobral e Falé Filipe, quase todos de jogo pouco claro e pouco propício para o luzimento da juventude. 

    Ao intervalo Homenageou-se Joaquim Veríssimo, cavaleiro ligado à cidade, pelos seus 30 anos de alternativa, sendo descerrada uma placa no pátio de quadrilhas.

    O espectáculo foi dirigido por Agostinho Borges, tendo sido abrilhantado pela Sociedade Filarmónica Cubense 1º de Dezembro.

    Pedro Guerreiro