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    Salvaterra: Uma noite digna de 'Rey' (c/ Imagens)


    Pela original, arrojada e dinâmica mão de Rafael Vilhais, a praça de toiros de Salvaterra de Magos voltou a encher (volvidos vários anos) para assistir a um espectáculo misto.

    Do gesto, e do repto superado, devem tirar-se ilações com relevante importância: uma praça e uma terra quase a cair no esquecimento, principalmente taurino, voltou a encher. Mercê do elaborado esforço para a elaboração de um cartel desta magnitude, para o 'custo' e risco que estão associados; nova prova de que a corrida mista tem interesse, atrai público (e não, não é somente porque veio uma figura), pois perante a cíclica e costumeira monotonia, um cartel onde haja as máximas expressões que se apelidam de Tauromaquia, é algo que, irreverentemente cativa e motiva o público a acudir à praça; se dúvidas houvessem, uma vez mais ficou provado que há interesse e agrado no toureio a pé, que o público desfruta tanto (ou mais) com a arte de montes, que existe vontade e sim, existe afición. Com a máxima rectidão possível: nova pedrada no charco, das grandes, das que fazem falta. 

    No que concerne à arte marialva, a nossa, e que leva o selo da nossa identidade, Rui Fernandes e Ana Batista lograram uma noite positiva, sem excessivos alardes.
    Fernandes, fiel ao seu registo, com um toureio de impacto e oportuno, com destaque especial para os momentos antecedentes e procedentes à cravagem, com brega intencional. Melhor no seu primeiro, sobretudo mais sóbrio na cravagem.

    A cavaleira da terra, Ana Batista, com o primeiro Grave, cumpridor e com recorrido, andou num registo idêntico mas de salutar, buscando o toureio sério e de frente, com a classe que lhe é reconhecida. O quinto teve piores condições, mas a cavaleira porfiou de moda a alcançar um plano positivo. 

    De Andrés Roca Rey não sei se valerá a pena falar... Palavras para quê?!
    Tem 19 anos, um cuajo de uma carreira mais velha que o próprio, um poderio e um valor que vão fazer história, que aliás, já começou a ser escrita.
    Como em Nîmes, Valência, Sevilha, Madrid ou Pamplona, Roca demonstrara que a sua alma, e o toureio que lhe dá vida são os mesmos em qualquer praça, que Roca, é Rey em qualquer lugar em que lhe outorguem um capote e uma muleta. Variado nas sortes, toureiro elegante e com sentido, diversificado no capote, sério e com empaque na muleta, abreviando e improvisando com um senhorio que atestará um percurso glorioso e muito meritório. Deu uma volta no seu primeiro, e duas com saudação nos médios no último do seu lote (sobrero), com Salvaterra boca abajo e e o peruano a abandonar a praça em ombros, ecoando Torero, Torero, Torero. 

    O curro de Murteira Grave, de apresentação condizente com o desígnio do festejo, revelou condições para que diante deles se pudesse fazer obra, com terceiro e quinto a resultarem mais desluzidos. 

    São estas sensações que se devem voltar a sentir no espectáculo, a emancipação de sentimentos espontâneos, da vibração e emoção na Festa... Assim devemos seguir, este é o caminho!

    Imagens: Pedro Batalha (clique na foto para aumentar)

    Veja ao pormenor as pegas da noite AQUI