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    Crónica de Alcochete: Noite de média luz e grandes triunfos


    Com casa cheia “até à bandeira” teve lugar em Alcochete a corrida em que se comemoravam os 45 anos do Grupo de Forcados Amadores de Alcochete e a mudança de cabo. Vasco Pinto deu o lugar a Nuno Santana.

    Nas cortesias perfilaram-se todos os elementos do grupo, antigos e actuais e até futuros, embora de tenra idade.

    Quanto à corrida em si, lidaram-se exemplares de Paulo Caetano, os três primeiros, e de Guiomar Cortes Moura, os restantes. De um modo geral deram bom jogo, foram colaborantes, excepção feita ao primeiro lidado por Moura Caetano.

    Abriu praça Luís Rouxinol com todo o seu saber e traquejo, recebeu um preto bragado com alegria e montou espectáculo; durante a lide a iluminação da praça apagou-se mas com a ajuda da lua cheia e das lanternas dos telemóveis e o profissionalismo do artista, a lide continuou sempre em plano de êxito, com ferros para todos os gostos à média luz. Grande lide a de Luís Rouxinol. No seu segundo, voltou a estar bem com outra actuação de encher as medidas.

    Diego Ventura não quis ficar atrás de quem o precedera e com bregas vistosas muito cingidas, muito em cima do toiro, tirando partido das investidas lentas e sem apertar, cravou ferros à tira no caso dos compridos e “a quiebro” a maioria dos curtos, que o público aplaudiu com força.
    No 5º da ordem, mais colaborador, o artista montou espectáculo especialmente nos ferros curtos com cites de fazer para a respiração: provoca a investida do toiro e recua até às tábuas marcando aí sortes cambiadas que chegam com força ao público. Como o feito deu resultado, foi repetindo várias vezes pondo a praça de pé a aplaudir!

    Também Moura Caetano esteve bem mas a matéria-prima não lhe permitiu jogar ao nível dos seus parceiros de cartel, a quem aliás, brindou a sua segunda actuação. No primeiro não esteve a gosto, o toiro não se empregava e as sortes saiam sem brilho. O director não lhe concedeu volta no final.
    No segundo, mais colaborante, conseguiu estar uns furos acima e foi bom de ver. Fazendo as coisas com muita calma, com vagares que prolongam os “quiebros” e levantam a praça. 

    No sector das pegas estava o grupo da terra a solo.

    Começou a função Manuel Pinto, dizem-me ser irmão do cabo que agora se despediu. Uma daquelas pegas que parecem simples. Bem a citar, bem a fechar-se e uma primeira ajuda importantíssima.

    Para pegar o segundo saltou Vasco Pinto que se despedia da liderança do Grupo. A primeira reunião foi pouco ortodoxa e o forcado não ficou mas à segunda tudo se compôs e o Vasco passa o testemunho, após uma pega que irá recordar.

    Após a pega houve lugar à entrega da jaqueta de cabo ao novo responsável, Nuno Santana. Cerimónia sempre emotiva com a recordação dos que partiram desta vida, de baixo de enormes ovações de uma praça “à pinha”.

    No toiro seguinte, lidado por Moura Caetano reviveu-se um momento impar: para pegar saltou Nené! Os seus cabelos brancos contam quanta história e quanta experiência ali vai. Citou com calma recuou e fechou-se qual lapa. Mais uma primeira ajuda a funcionar muito bem e mais um marco na carreira, já longa, de Nené.

    Para pegar o toiro seguinte, veio o novel cabo que chama à arena para brindar a sorte, os três ex-cabos ali presentes: Nené, Bolota e Vasco Pinto. Pega limpa à primeira e com uma primeira ajuda dada por Bolota a fazer lembrar outros tempos. 

    Carlos Dias pegou o quinto da noite sem dificuldade aparente, tal como Estêvão Oleiro que no último da noite, citou e recuou com a-propósito, consumando uma pega vistosa.

    Todos os artistas deram volta a arena excepção feita a Moura Caetano após a primeira lide.

    Dirigiu a corrida o senhor Pedro Reinhardt coadjuvado pelo veterinário Dr. Carlos Santos.



    Por: Rui Loução