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    Triunfadores NATURALES 2015 - Prefácio

    Prefácio

    Finda mais uma Temporada Taurina é tempo de reflexão e avaliação sobre o que se viu em 2015 nas nossas arenas.

    Desse modo, um ano mais e embebido no espírito de distinguir os que mais se destacaram nas respectivas categorias, o NATURALES reuniu tropas, e solicitou aos seus colaboradores que indicassem um nome para cada ofício, e assim, de modo democrático, chegarmos aos que sobressaíram este ano.

    De qualquer forma, e antes de procedermos à contagem e posterior divulgação dos votos, houve a necessidade de se fazer uma avaliação geral da época taurina de 2015 e que se poderia definir, resumindo-a, a uma Temporada de (alguns) Momentos. Um ano de ‘muita parra e pouca uva’, muitas vezes a roçar a mesmice mas ainda assim com pormenores que felizmente, marcaram a diferença e guardaremos para memória futura.

    No que toca a cavaleiros, notou-se esta temporada que (finalmente) alguns dos jovens ‘abafaram’, pelo menos em presença nos cartéis, os da velha guarda. Houve um lote deles que conseguiram dar que falar, bem empurrados que vão também pelo marketing que têm de ‘backoffice’, uma área imprescindível nos tempos que correm para quem se quer dar a conhecer, principalmente no ciberespaço, sendo que, para os aficionados, nunca poderá fazer-se confusão entre o que se diz e o que foi. Uma temporada de triunfos isolados, quase que repartidos, uma vez por este, outra pelo outro…mas geralmente, sem que ninguém se impusesse 100% todo o ano. Principalmente quando se criavam ‘duelos’ entre os candidatos a triunfadores, e estes acabavam sempre ‘empatados’. Todos benzinhos, todos regulares…poucos a fazerem valer e merecer o título.

    Momentos à séria, e para recordação, houve vários este ano com aquilo que de mais português tem a nossa Festa: os Forcados. Pegas rijas, duras, inacreditáveis se não vistas… 
    Executadas quer por Grupos dos mais afamados quer pelos de menor antiguidade. E se antiguidade é um posto, esta foi sem dúvida, a temporada em que marcou posição o Grupo centenário. 

    No Toureio a Pé viveremos sempre o estigma da escassez de oportunidades, ainda que, este ano tivéssemos logrado um novo matador de toiros e nos tenhamos alentado com uma maior aposta em festejos mistos. E se nos matadores a quantidade é sempre pouca para avaliarmos a qualidade, tem sido nos novilheiros que mais mantemos as esperanças, havendo terna já segura e a dar cartas e outros a despontar. Porém, foi nesta vertente que triunfos mais sonoros e sinceros se fizeram ver e sentir, algumas vezes protagonizados pelas ‘Figuras’ aqui do lado. E mesmo quando ‘de mão dada’ com o toureio equestre, foi o ‘apeado’ que venceu. 

    Das cabanas bravas vimos de tudo: mansos, ‘rolhas’, ‘da corda’, ‘irmãs’, os bons e os bravos…demasiados bravos, aliás. “E não é isso que se quer?” – perguntam V/Exas. – Sim, mas ‘quando a esmola é muita...’. Desde que entrou em vigor o novo regulamento, e a história do lenço azul, que se viram muitas voltas à arena de ganaderos, toiros de regresso ao campo… Consente-se com a mesma benevolência que já víamos nas voltas dos artistas, muitas vezes sem critério, muitas vezes impelidas pelos ‘apóstolos’ dos ganaderos, e muitas vezes, porque se confunde um toiro bom ou nobre (e para os artistas os bons são os que ‘se deixam’, não impondo dificuldades) com um toiro bravo. Mas porque a nobreza num toiro bravo é uma qualidade, e por isso mesmo, pode dar-se num bravo como num manso, fica a dúvida… 
    De qualquer forma, não houve este ano uma ganadaria regular do princípio ao fim, cada uma teve disto tudo: dos bravos aos mansos, o surpreendente mundo do toiro de lide!

    Empresarialmente, a coisa não correu bem para todos: uns começaram e acabaram, outros mantiveram o registo vulgar, e poucos foram os que pensaram nos aficionados. Voltaram a prometer-se mundos e fundos, por vezes com campanhas publicitárias dos ‘imponentes’, os ‘terroríficos’, os ‘tudo e mais alguma coisa’, mas esqueceram-se da qualidade e da diversidade nos cartéis, inclusive nalgumas feiras importantes cá do burgo. Cromos repetidos em variadas praças, os mesmos nas mesmas conjugações, demasiados cartéis em modo ‘barato’, à meia dúzia, apresentando-se algum gado miudinho, já não falando do comportamento, que esse não se pode adivinhar. Safaram-se os que tendo visão empresarial, fugiram um pouco do ‘sistema da troca de cromos’ - a maioria dos empresários são também apoderados – conseguindo assim estimular interesse nos festejos montados. 

    Mais um ano de quantidade, nem sempre validando qualidade, muitas casas cheias, registo positivo de algumas esgotadas (e mais louvável quando essas aconteceram em espectáculos mistos), mas também algumas com pouco público, mas na grande parte essas já estavam condenadas à morte logo assim que os cartazes saíram à rua.

    Foi portanto, uma Temporada como quase todas as outras, sem grandes imposições mas com alguns pormenores.

    E esse marasmo foi aliás evidente nalguns casos, pela pluralidade nos votos que obtivemos para certas categorias, confirmando que a própria temporada não foi consistente de triunfos. 

    Ainda assim, muitos foram os que para nós, venceram por clara maioria.

    Para o ano há mais, que seja melhor e que o 1 de Fevereiro em Mourão não tarde…


    Patrícia Sardinha